Por Stive Araruna
Anauá/CE
“Maria das Dores de Sousa, mais conhecida como Mãe Dorinha, possui mais de 50 anos de trabalho comunitário como parteira tradicional daquele povoado. Por falta de oportunidade, fez apenas a alfabetização. Hoje, tem 80 anos de idade.”
Por Otácio Oliveira
Cocos/PB
“Um dos grandes saberes da nossa comunidade é a reza. O benzedor é uma pessoa destinada a curar um doente pela fé e não cobra nada por suas atividades. Na nossa comunidade temos uma benzedeira que, com os seus conhecimentos de fé, tem curado várias pessoas. Ela reza por várias causas, mas a das imagens ilustradas é para tornozelo torcido, que é feita através de gestos, costurando com agulha uma folha por cima do pé. E, assim o rezador costuma ser muito procurado na nossa comunidade. Por termos fé na cura por reza, acredita-se numa melhoria mais rápida.”
Por Paula Lima
Oitis/CE
“É com muita satisfação que essa senhora, apesar da muita idade, ainda realiza as atividades artesanais, que tanto fez em seu tempo de juventude. Tia Zefinha faz todo o trabalho manual, descaroça o algodão, deixando só a pluma, utiliza um fuso e assim confecciona o fio, que é dividido em quartas, estando pronto para ter transformado em varandas de parede. Iguais a essa que se encontra em seu colo.”
Por Carliana Alves
Tanque Velho/PI
“Uma das sabedoria regionais é levantar arca caída. É quando a pessoa sente cansada, com dores nos braços, no peito, etc. A dona Maria mede, com um pano branco, a distância do dedo mindinho ao cotovelo. Se essa medida for maior do que a largura de seu tórax, é sinal que suas arcas estão caídas. Dona Maria aprendeu com seus antepassados uma reza que melhora todos esses sintomas. Depois da rezar, ela volta a medir de novo para ver se a medida já ficou justa no tórax, sem faltar ou diminuir.”
Por Ronaldo Vaqueiro e Reinaldo da Silva
José Ribamar/SE
“Os mais idosos da comunidade utilizavam esse método porque, segundo eles, ganhavam tão pouco no trabalho, que não dava nem para comprar um relógio. Daí, eles olhavam para o sol e para a sombra para saber a hora de almoçar e de ir embora. Quando o sol está bem centralizado no meio, de uma forma que projete a sombra em baixo dos pés, como se o indivíduo estivesse pisando nela, aí eles sabiam que já eram 12 horas (meio dia).”
Por Jonicleisson Morais
Modelo I/RN
“Agricultores da comunidade mantém viva essa tradição e esse saber que vem de seus antepassados. Se plantar o milho no dia de São José – 19 de março, vai ter o milho maduro no dia de São João, 24 de junho. Assim, a festa está garantida, com muito milho e muita comida para festejar a fartura em suas mesas.”
Por José Netto Kazhuza
Redondo I/PB
“Quando chove, é só ir no pilão pela manhã e ver o total de água após a chuva. Dependendo do tanto de água que tem no pilão, a gente descobre quantos milímetros choveu. Se o pilão ficar meio cheio de água é porque choveu 50 mm e, se encher, e porque choveu 100 mm. Aí, vai variando o total de água e vai se descobrindo quantos milímetros deu de chuva!”
Por Nalri Pereira
Barreiros/PB
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“Na região de Barreiros existe a crença de que, quando as caranguejeiras começam a aparecer com uma maior frequência, é sinal de chuva, pois elas moram em buracos e quando o local fica mais quente e elas saem.”
Por Dyovany Otaviano
Riacho de Pedra/PE
“Dona Bia de Preto é uma das mais antigas e poucas rezadeiras que ainda existem na comunidade. A mesma confessa que aprendeu a rezar aos doze anos, através da sua mãe. Para se rezar “fogo savai”, nome que se dá a doenças que causam ardência no corpo, como cobreiro e alergia de insetos peçonhentos (aranha, lagarta e entre outros), dona Bia fala que primeiro ela se benze e fala na doença, que pode ser de bicho peçonhento ou da própria pessoa. Em seguida, reza o Pai Nosso, a Ave Maria, a Santa Maria, a Salve Rainha, o Creio e, por último, oferece a todos os Santos. Dona Bia ainda afirma que doenças de “fogo savai” reza-se passando óleo, podendo ser óleo de comida, banha de porco. No caso das fotos, foi usado óleo de piti.”
Por Givaldo Silva
Cachoeirinha – Agrovila I/SE
“Segundo os agricultores Ailton (Itinho) e Cleones (Dudu), para se tirar estacas boas de jurema, catingueira, angico e de outras árvores, para não darem bichos (cupins) e durarem mais nas cercas, elas precisam ser cortadas na fase da Lua Nova, pelo dia, quando a Lua não estiver aparecendo.”
Por Vanessa Oliveira
Olho D`Água do Comprido/CE
“A chuva é algo muito esperado e muito clamado no sertão. talvez por isso, muitos saberes populares se relacionam à previsão desse fenômeno natural. Segundo esses saberes, a presença de insetos como cupins de asa e tanajuras são sinais de chuva. Caso não chova em três dias, haverá um período de estiagem de quinze dias. O barulho das rãs “rapando” também são um bom sinal de chuva, segundo os saberes populares.”
Por Ewerthon Silva
Limoal/RN
“A melhor época para a pescaria é no inverno, principalmente nas noites de lua nova, quando a noite está escura e os peixes saem para a reprodução.
Pescaria com anzol de vara: Pega principalmente traíra, jacundá e cará.
Pescaria com tarrafa: Pega toda qualidade de peixe e também siri.
Pescaria de puçar: Pega principalmente camarão e muçu.”
Pescaria com anzol de vara: Pega principalmente traíra, jacundá e cará.
Pescaria com tarrafa: Pega toda qualidade de peixe e também siri.
Pescaria de puçar: Pega principalmente camarão e muçu.”
Por Adriel Luis
Uruçu/PB
“Este tipo de reza é indicado quando se machuca alguma parte do corpo (contusão), principalmente nas articulações dos pés e das mãos. Neste caso a rezadeira manda ofertar as orações para São Frutuoso, Nossa Senhora e a Jesus Cristo. Utiliza-se uma agulha com linha e um “pano virgem” e vai costurando a contusão.”
Por Vanessa Oliveira
Olho D’Água do Comprido/CE
“A tradição das rezadeiras é uma prática religiosa que consiste em orações, com ramos ou galhos para cura de enfermidades. Essa prática mística/ religiosa era muito comum no sertão quando não havia facilidade de acesso à medicina. As orações são passados de geração pra geração, geralmente entre mulheres. Na comunidade do Olho D’Água a tradição ainda existe, mas corre o risco de se perder caso não seja passada para as novas gerações.”